Do campo para a mesa: o valor da agricultura familiar em Nossa Senhora da Luz

A agricultura familiar continua a ser a base do sustento para dezenas de famílias em Nossa Senhora da Luz, freguesia da ilha de Santiago. Em tempos marcados por secas prolongadas e desafios ambientais, os agricultores locais apostam em práticas sustentáveis para garantir a produção e preservar os recursos naturais.


Geremías Miranda, agricultor há mais de duas décadas, resume com sabedoria o esforço diário das famílias da região:

“Com técnicas simples e educação ambiental, conseguimos economizar a água e garantir a colheita para nossa família.”

O exemplo de Geremías ilustra uma realidade comum em Nossa Senhora da Luz, onde a agricultura familiar é passada de geração em geração. Mesmo com recursos limitados, muitos continuam a cultivar milho, feijão, mandioca e hortaliças, adaptando-se aos novos desafios climáticos.


A escassez de água é um dos principais obstáculos enfrentados pelos agricultores locais. Sem sistemas de irrigação eficientes, muitas plantações dependem diretamente da chuva, o que torna o rendimento instável.

Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), cerca de 60% das famílias rurais de Santiago têm na agricultura a sua principal fonte de rendimento. No entanto, o acesso a assistência técnica, crédito agrícola e equipamentos modernos continua limitado, o que dificulta o desenvolvimento do setor.


Apesar das adversidades, os sinais de mudança são visíveis. Alguns agricultores, como Geremías, participam em ações de sensibilização ambiental e aprendem técnicas de conservação da água, como a regadio gota-a-gota, o reaproveitamento de água da chuva e o cultivo de espécies resistentes à seca.

Estas pequenas inovações, aliadas ao esforço diário das famílias, permitem manter viva a esperança de um futuro agrícola mais sustentável, mesmo diante das dificuldades impostas pelo clima e pela escassez de recursos.


 

A agricultura familiar em Nossa Senhora da Luz é mais do que um modo de vida é um símbolo de resistência, identidade e esperança. Para que continue a alimentar a comunidade, é essencial investir em educação, inovação e apoio técnico.


 Fontes citadas:

  • Entrevista com Geremías Miranda (agricultor local)

  • Instituto Nacional de Estatística de Cabo Verde (INE)

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